A Argentina no Ponto de Vista de Um Caçador de Histórias e Imagens

  Em fevereiro deste ano, tive a oportunidade de conhecer a Argentina, um sonho de adolescente se concretizando devido ao casamento de uma sobrinha nas terras de Los Hermanos.
A idéia de um ponto europeu no continente americano se confirma pela arquitetura e a imponência de seu povo. Não arrogância, mas uma personalidade moldada nos anos de lutas durante o período de colonização e de independência.

A "boca" do rio Riachuelo desembocando no rio da Prata, que deu passagem aos colonizadores, foi o local do primeiro porto de Buenos Aires e originou o nome do bairro La Boca

                          *Texto e fotos José Ricardo Pinto 
                          jornal Ponto de Vista 

                                             
                                               

                             História
O primeiro europeu a chegar em terras argentinas, foi o português Juan Dias de Solis, que navegava em nome da Espanha e foi morto por índios charruas ou guaranis, em exploração para chegar ao Rio da Prata.

A origem do nome Buenos Aires vem do primeiro assentamento em terras platinas, quando o espanhol Pedro de Mendoza, fundou Nuestra Señora del Buen Aire, em 1536, nas proximidades de onde é hoje o bairro de La Boca. A região era habitada por nativos que resistiram àquela ocupação, expulsando os colonizadores ao curso de poucos anos. Em 1580, Dom Juan de Garay retoma a reconstrução da cidade que toma forma para ser um ponto de ligação do então Vice-reino do Peru com o oceano Atlântico.

A palavra Argentina, deriva do latim “argentum”, prata, e como o Rio de La Plata era usado pelos exploradores das minas de ouro e prata do Peru, as terras da beira do rio passaram a ser conhecida como “terra da prata”, Argentina.

                                      A Formação de uma nação

No início sobrevivia sem o apoio da Espanha que privilegiava os portos do oceano Pacífico marginalizando Buenos Aires. Depois as diversas tentativas de invasões por corsários, patrocinadas principalmente pela Inglaterra, e pela própria Inglaterra de olho no comércio do porto argentino, moldou um povo de luta e ideais.

Em 1776 é nomeada capital do Vice-reino do Rio da Prata (Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai), com o propósito de controlar a invasão estrangeira, terminar com o contrabando de couro, principal renda da colônia, e por ser o lado do oceano Atlântico o melhor acesso da Espanha a essa parte da América. Neste período de prosperidade chegam muitos imigrantes, principalmente espanhóis, e em menor número italianos e franceses.
Monumento a José de San Martim, herói das independências da Argentina, Chile e Peru
Nesta época fortalece a vontade de independência da corôa espanhola. Muitos movimentos emancipacionistas tomam forma em ideais europeus, motivados pelo liberalismo francês e idéias maçônicos que chegavam a Buenos Aires através de seus filhos que retornavam da europa.

Em 1807  Buenos Aires sofre outra invasão inglesa que teve a resistência, defesa e reconquista pela  população crioula (filhos de europeus nascidos na América, que formou a população argentina), juntamente com os franceses. Derrotam os ingleses e aumenta o poder e a popularidade dos lideres crioulos.

                                    Plaza de Mayo
Um dos principais pontos históricos da capital argentina é a "Plaza de Mayo", construída em 1580 na fundação definitiva de Buenos Aires, por Juan de Garay, com o nome de Plaza Mayor, e aonde foi plantada a árvore da justiça, simbolizando a retomada das terras platinas pelos colonizadores espanhóis. Ainda no século XVII, é construída ali uma capela que se transformaria na Catedral Metropolitana San Nicolas. Em 1811 é transformada em Plaza de Mayo no primeiro ano da Revolução de 25 de maio de 1810, marco da luta pela independência, quando a população decide não mais acatar as ordens da corôa espanhola, culminando na independência em 1816.

Praça de Maio e o obelisco em homenagem a formação do primeiro governo nacional em 25 de maio de 1810, a Revolução de Maio, quando a população resolve lutar pela independência da coroa espanhola. Em 1856 foi reformada e na sua cúpula foi colocada uma figura representando a liberdade.

A Plaza de Mayo é um ponto político muito importante dentro da cultuara portenha, que da o direito de manifestação à liberdade de pensamento e expressão de seu povo. Um local livre para as diversas classes políticas populares da Argentina.
Apesar de ter liberdade de manifestação pública a Polícia Federal Argentina está sempre preparada  para conter qualquer excesso por parte de algum manifestante.
"Nem gente se casa e nem casas sem gente"
Foi lá por exemplo, que as Mães argentinas reclamaram as vidas de seus filhos mortos pela ditadura militar, entre 1976 e 1983, fazendo a praça ser reconhecida como a Praça das Mães de Maio, e também das avós, que reclamam seus netos que nasceram no cárcere e foram adotadas por outras famílias, sendo que algumas até, sabiam da origem destas crianças. Elas lutam pela identidade de 500 pessoas aproximadamente, que em sua maioria nasceu no cárcere, e pela não aceitação de um passado que as pessoas estão esquecendo.

Toda a imprensa argentina estavam focadas no dia 28 de fevereiro, quando iniciou o julgamento dos militares envolvidos nos crimes da ditadura no período de 1976 à 1983. As mães e as avós reclamam pelos corpos de seus filhos e pela identidade de seus netos nascidos no cárcere e separados de suas famílias de sangue.
No dia 28 de fevereiro, iniciou o julgamento do ex-presidente, Jorge Rafael Videla, e de outros militares envolvidos nestes crimes. Neste período (1976/1983) mais de 30 mil pessoas desapareceram (opositoras ao regime, ou mesmo parentes ou amigos que procuravam notícias de alguém desaparecido).

                              Casa Rosada
A Casa Rosada é a sede do governo argentino e fica de frente para a Praça de Maio. A primeira construção no local, foi da Fortaleza de San Juan Baltazar de Austria, em 1594. Passou por diversas modificações em sua história, foi alfândega se tornou sede do Vice-reino do Rio da Prata, em 1778.
A sede do governo argentino é a Casa Rosada. O nome vem da aparência rosa da cor do prédio, originário da mistura da cal virgem com sangue de boi, pintada pela primeira vez no governo de Domingo Faustino Sarmiento (1868 à 1874). Nesta época também inicia-se a construção do Palácio dos Correios e posteriormente é construído a Casa de Governo. Hoje os dois prédio estão unidos por um arco, que da harmonia a construção mesmo sendo em estilos diferentes.

                          Bandeira Argentina
Monumento a Manuel Belgrano, advogado, militar e um dos mais influentes políticos no processo da independência. Inspirado nas idéias liberais francesa. Fez parte da primeira junta do governo crioulo, na conspiração de 1810. Também foi o criador da bandeira argentina.
Um dos símbolos cívicos mais usados pelo argentino é a bandeira. Foi criada em 1812, por Manoel Belgrano. As cores representam a monarquia absoluta européia apoiada no direito divino, em branco e o azul a liberdade de pensamento e de expressão, fundamento da liberdade política defendida pelo liberalismo francês, de modo que o celeste pretendia unir essas duas ideologias. Em 1818, foi acrescentado o sol incáico com um rosto humano. Manuel Belgrano aceitou o uso deste sol na bandeira, chamando-o de Sol de Maio, simbolizando o sol que surgiu depois de um período de chuva, após a vitória revolucionária. A bandeira é vista em prédios públicos, comércio, ruas. Uma imagem que deveríamos ver com mais frequência no Brasil, mesmo porque a bandeira brasileira é muito bonita.

                              San Martin
O corpo de José de San Martins está no mausoléu da Catedrla Metropolitana San Nicolas
O personagem da história Argentina mais lembrado na paisagem urbana de Buenos Aires, com praças, monumentos diversos, é o líder revolucionário José de San Martin. Argentino, liderou sua terra, além de Peru e Chile, na independência da Espanha. Maçon, levou as idéias liberais que dominavam as metrópoles européias. Seu corpo está no mausoléu da Catedral Metropolitana San Nicolas, no bairro Monserrat, em Buenos Aires. Seu túmulo fica suspenso do nível do chão devido a uma tradição maçônica.

                                   La Boca
Além de local do primeiro assentamento de terra no início da ocupação do território em 1536, por Pedro de Mendoza, o bairro La Boca possui o lado mais humano da capital argentina. Sua origem, sua história, seu presente e futuro são interessantes. Localizado ao lado do Rio Riachuelo, só começou a ser habitado em 1830, em função do antigo porto de Buenos Aires. Formado por imigrantes espanhóis e italianos, estes em sua maioria provenientes de Gênova. Neste período o país recebe mais de um milhão de imigrantes. Suas casas construídas com chapas metálicas e de madeiras, e suas cores fortes, fazem de La Boca o mais famoso ponto turístico da capital Argentina.
El Caminito

Museu de Cera de La Boca, vista do El Caminito, ponto turístico mais visitado da capital argentina.

El Caminito é ponto de encontro de artistas plásticos que expõe e vendem seus trabalhos.
El Caminito é a rua mais peculiar de La Boca, um antigo trecho de 100 metros da antiga linha de trem, que de local abandonado, recebeu as cores vivas que o bairro era pintado, em função de usarem as sobras das tintas usadas nos navios do porto. Um bairro popular que viu surgir as duas principais equipes de futebol do país, o Boca Júnior e o River Plate.

O River Plate é mais antigo, fundado em 1901, teve o nome inspirado nas inscrições das caixas vindas da Escócia para o Porto de Buenos Aires, “River Plate”. Já a equipe que leva o nome do bairro, foi fundada em 1905. No início as duas equipes possuíam os uniformes nas mesmas cores branca e vermelha, inspiradas na bandeira genovesa. Como o bairro era composto de povos de sangue quente, e conflitos entre as duas torcidas aconteciam com frequência, foi sugerido um jogo para decidir quem continuaria usando o uniforme, mas cabendo ao time vencedor que deixasse o bairro. A partida teve a vitória do River Plate, que se mudou para o bairro nobre de Belgrano. Por sua vez, um diretor do Boca teve a idéia de adotar as cores da bandeira do primeiro navio que entrasse no porto naquele dia. Assim as cores azul e amarelo da Suécia foram escolhidas. O Boca se tornou o time dos operários e o River Plate o da elite.


O El Caminito é o principal ponto turístico da Argentina, mas contrasta com a realidade da população em volta formada por trabalhadores, artistas e desempregados, que vivem nas casas abandonadas por moradores que partiram com o fim do porto.
E realidade do bairro La Boca é diferente da realidade de El Caminito. A população  imigrante que predomina no bairro, está sofrendo com a especulação imobiliária que pode tirar a população pobre deste bairro popular.


A falta de saneamento básico, moradias, empregos, segurança, fazem La Boca ser perigoso depois das 18 horas. A sorte é a participação de várias instituições que prestam serviços sociais e culturais aos necessitados do bairro.

Dentro do plano de revitalização do bairro Puerto Madero (ver Puerto Madero no tópico Arquitetura), existe a possibilidade de extensão até La Boca. Mas o projeto não agrada a todos. Quem é favorável acredita na modernização e valorização imobiliária. E quem é contra, teme a perda dos moradores e o lado humano do bairro. Como diz um morador: “Essa construção de identidade do bairro La Boca é justamente uma história de saber de onde se veio, onde está e para onde quer ir”.

                                   Tango
Algumas fontes citam a palavra Tangó como um local de reunião dos escravos, algo parecido com o Quilombo, na Argentina e no Uruguai. Em suas festas os negros usavam apenas instrumentos de percussão. Nas noites de festas dos “compadritos” e colonos com hábitos gaúchos, estes imitavam os negros em suas danças. E no hábito de imitação foram acrescentando passos da habanera cubana, do candomblé africano, do flamenco andaluz, da canzoni italiana e da milonga do folclore gaúcho argentino. Com estas influências surge um estilo musical que tem na base o bandolim, o violão e a bandurra (uma espécie de bandolin com braço curto e muitas cordas). Depois com a incorporação do acordeão, da flauta e do bandoneon, o tango tomou a sua forma definitiva. As pessoas começam a sentir o Tango sob a pele. Para alguns “o Tango é uma forma de estar na vida, uma linguagem da alma”.
A música que canta os sentimentos da vida e do amor...



... com seus passos sedutores,

... sem deixar se vulgarizar.

A dança e dança dos sentimentos do corpo e da alma. 


Quando o Tango chega a Europa através de marinheiros, logo a dança ganha os salões clássicos de Paris. Pelos seus movimentos sedutores, o arcebispo de Paris proíbe alguns passos, entre eles o entrelaçar de pernas. Nos anos 1920, as músicas com letras ganham espaço, contrariando os tradicionalistas no formato original. Carlos Gardel imortaliza o estilo com a sua voz.

A música é uma das paixões do argentino e por qualquer música, independente do tango tradicional. Na rua Florida, ponto de compras em Buenos Aires, é também a rua de músicos dos mais diversos estilos que se apresentam aos turistas.


O turista se encanta com o clima novaiorquino de músicos nas calçadas. Jazz, músicas andinas, ciganas, clássicas, harpas, um som diversificado que agrada a todos.  

Os músicos se misturam aos pedestres sem atrapalhar, mesmo por que dão trilha sonora no dia a dia da cidade.

O artesanato em prata é outra atração da rua Florida...

Com qualquer coisa é possível se fazer música. O exemplo é este menino que mesmo com baldes, consegue fazer uma boa música nas esquinas de Buenos Aires. 

A música é um passaporte dentro da socialização mundial. Um dupla turca toca um tipo de harpa ...
Artistas de vários estilos tomam a Rua Florida com suas artes para encantar os turístas, que são os transeuntes frequentes deste local.
                                                    Arquitetura
Não é preciso ser conhecedor para perceber o quanto as cidades argentinas são ricas em detalhes arquitetônicos. Talvez pela origem crioula, de europeu nascido na América, além da influência da imigração espanhola e italiana, faça suas cidades aparentarem um pedaço da Europa. Com estilos arquitetônicos diversos. Colonial, Renascentista, Barroco, Neoclássico, Art Nouveau, Art Deco e o Pós-moderno que vem surgindo a meio tudo isto criando um contraste harmonioso.
Muito verde em praças e nas ruas o que mostra uma preocupação com o meio ambiente...

A nova arquitetura se funde com a antiga, em uma combinação harmonioza mesmo para quem não entende de arquitetura, o que mostra o bom gosto na mistura de estilos...

Verdadeiras obras de artes despontam nas construções antigas... 

O que aproxima Buenos Aires das capitais europeias é a arquitetura de seus prédios, uma mistura de estilos que embeleza a capital portenha.
No bairro Puerto Madero, que abrigou a expansão do primeiro porto, em função da profundidade do rio Riachuelo, e que posteriormente também ficou absoleto, iniciou na década de 1980, projeto para revitalização do bairro, que estava abandonado. A recuperação das antigas instalações do porto, e ocupando o local com atividades culturais, recreativas e de lazer, atraiu investimentos privados em projetos empresariais.

Os armazéns do antigo porto de Puerto Madero, foram transformados em pontos culturais e de lazer, melhorando a auto estima do local...
 Puerto Madero é um dos principais pontos comerciais e residenciais da capital argentina.
Buenos Aires chama a atenção, também, pela quantidade de praças com monumentos homenageando seus heróis e datas comemorativas. La Plata, capital projetada da província de Buenos Aires, tem a cada seis quadras uma praça. E a praça é uma extensão da casa dos argentinos. O hábito da sesta, descanso após o almoço, é comum entre os argentinos, e a praça é o local preferido daqueles que trabalham no centro da capital. Pessoas usam as praças para almoçar, descansar, tomar sol, jogar futebol, ler. Suas árvores, muitas centenárias, dão idéia de participarem do cotidiano argentino.

Por toda parte tem homenagens a personagens históricos do país. Esta estátua homenageia Luis Viale, empresário italo-argentino, na costa sul,  Puerto Madero.

Depois do almoço a siesta é certa. Muitos usam as praças e gramados para almoçar, tomar sol... 
... o futebol também é uma das atividades que atrai muitas pessoas.

Muitos chafariz que representam verdadeiras obras de artes, como a Fonte Monumental Las Nereidas. 
Outra realidade argentina são os cachorros, uma paixão pelo animal, que mesmo em espaços pequenos, famílias mantém cães dentro de casa. Existem, até os profissionais para passear com os animais.

                            A Bicicleta
A topografia plana de Buenos Aires e La Plata, facilita o uso da bicicleta que é um meio de transporte comum no cotidiano do argentino. O governo de Buenos Aires, criou o programa “Mejor in Bici", melhor de bicicleta, em uma tradução livre, gerando 15 mil adeptos em cinco meses do programa. Isto para diminuir o tráfego urbano que é um verdadeiro caos. As bicicletas são usadas por um período de até duas horas, sem pagamento de qualquer taxa de aluguel. Uma medida interessante para ser adaptada as mais diversas cidades que possuem problema com o trânsito.

A bicicleta é um meio de transporte que vem aumentando o número de adeptos, principalmente pelo incentivo do governo de Buenos Aires, com o programa "Melhor de Bicicleta".

Uma das formas encontradas para incentivar o uso da bicicleta é o cicloturismo,  um tour pelos principais pontos turísticos de Buenos Aires.
                                  O Povo
Nós brasileiros fazemos idéias diferentes sobre a Argentina e seu povo. O futebol nos coloca em posição oposta, mas é evidente o carinho do argentino por nós brasileiros. A vontade de conhecer o país, o amor pela música brasileira, o fascínio pela seleção brasileira, são fatores que colocam o povo argentino em posição superior por não agirem com bairrismo.

Todas as pessoas que tive contato demonstraram simpatia com o Brasil. Um taxisista fez questão de mostrar músicas de Toquinho (Aquarela) e Gal Costa (Chuva de prata) que ele tem no celular. Outra taxisista, Patrícia, diz que o segredo para um bom relacionamento é: “se te vê bem, te tratam bem. Se te vê mal, te tratam mal”. Mostrando que o segredo de uma boa relação é se mostrar positivo, e que atraímos o que emanamos.
Patrícia, taxista: “se te vê bem, te tratam bem. Se te vê mal, te tratam mal”
Outra pessoa que tive contato foi  Daniel, que tem um trailer em Puerto Madero, fã que sonha em morar no Brasil. Em seu trailer havia uma revista do jornal argentino Clarin, com o Cristo Redentor na capa, com matérias sobre a cidade do Rio de Janeiro.
Daniel, trabalha em um trailer em Costa Sul, em Puerto Madero. Um amante do Brasil sendo um de seus sonhos vir morar aqui. Ele me deixou tranquilo quanto ao meu espanhol, segundo ele o meu "português tem sotaque espanhol", (sic).
Em uma praça de La Plata, conheci um descendente de árabes, Sr. Tolaba, que estava com a neta Vick. Sua família veio para a Argentina na época da colonização em busca de ouro e prata. A dedicação a neta mostra o lado família de um cidadão.
Senhor Tolaba e sua neta Vick, de origem árabe sua família foi para a argentina na época das minas de ouro e prata. Hoje, aposentado, ajuda a filha no cuidado com a neta.
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Domingo Gustavo Ramirez Monja, de origem islâmica foi exilado da argentina e hoje luta para levar de volta a Argentina, o corpo de sua mãe, que faleceu nos Estados Unidos, há mais de 14 anos.

Uma pessoa que chamou a atenção em vários aspectos foi Domingo Gustavo Ramirez Monja. De origem islâmica, foi exilado da Argentina, à época do atentado a sinagoga da Associação Judaica AMIA, em 1994. E o encontrei por acaso, atraído pela máquina fotográfica que eu usava, veio perguntando se eu era jornalista. Depois fala do motivo que ele estava ali, em frente ao Ministério das Relações Exteriores, para conseguir a extradição do corpo da mãe, que esta nos Estados Unidos há 14 anos. Sua origem islâmica retrata o pensamento de parte desta comunidade em todo o mundo em relação aos Estados Unidos. Teve até um momento de apreensão da minha parte, quando um grupo de executivos passa por nós, e Domingo brada contra o grupo: “Eu detesto americano!”. Me assustei, mas ganhei um amigo, mesmo que nunca mais eu o veja.


                               O Casamento
Rafaela e José Balesteros
E o motivo da ida a Argentina foi o casamento de minha sobrinha Rafaela, filha de meu irmão João Batista Pinto. Houve uma “invasão” brasileira em terras platinas. Ao todo fomos em 37 brasileiros, entre parentes e amigos. Uma semana de descobertas. Uma semana de deslumbre com um país hospitaleiro, com seu povo simpático que nos faz pensar no povo argentino como grandes irmãos.

Uma legião de brasileiros compareceu ao casamento de Rafaela e José Miguel. Um grupo unido em torno da família e dos amigos, num encontro com novos "hermanos".






http://es.wikipedia.org/wiki/Abuelas_de_Plaza_de_Mayo
http://vimeo.com/7950059  vídeo sobre La Boca
http://pt.wikipedia.org/wiki/Domingo_Faustino_Sarmiento

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