À noite em que tudo começou
Na noite de 27 de setembro, último, estava na cidade do Rio
de Janeiro, em função da III Conferência Estadual de Cultura. No final do
primeiro dia de trabalho, quando estava indo para o hotel, juntamente com a
delegação de Cordeiro, presenciei a movimentação de policiais na Rua Evaristo
da Veiga, nas proximidades da Cinelândia e da Câmara de Vereadores da cidade do
Rio. De início pensei que a movimentação fosse em função do Quartel General da
Polícia Militar do RJ ser ali, no número 78.
À noite os policiais estavam acompanhando a manifestação dos
professores, que haviam invadido a câmara de vereadores no dia anterior, em
protesto contra o plano de cargos e salários dos professores, que havia sido
mandado pelo prefeito Eduardo Paes, e que seria votada pelos vereadores do Rio,
na terça feira, dia 1º.
Havia policiais ao lado da câmara, na Rua Álvaro Alvin, onde
acontecia a manifestação; na Cinelândia, de frente para esta rua; e nas
escadarias do Theatro Municipal do Rio de janeiro, onde acontecia a apresentação
do grupo de dança Momix.
Na frente da câmara, havia várias barracas em que alguns
professores dormiam, em uma vigília de apoio àqueles que estavam no interior do
prédio.
Os professores filiados ao SEPE (Sindicato Estadual de Profissionais
de Ensino) gritavam palavras de ordem, tentando explicar aos policiais que
estavam ali pelos filhos deles também. E que aquela luta não era apenas por
melhores salários, mas, também, por uma educação mais digna.
Em determinado momento os policiais que estavam na Rua Álvaro
Alvin, começaram a se movimentar em direção a lateral da câmara, se posicionando
na frente de uma porta lateral do prédio. A expectativa era de que poderiam invadir
a câmara. Mas não aconteceu. A retomada da sede do legislativo aconteceu 24
horas depois, com toda a agressividade vista pelo mundo todo pela mídia.
Ontem, dia 07 de outubro, em uma manifestação de apoio aos
professores que estão em greve desde agosto, com uma paralisação de 10 dias,
contou com a participação de mais de 10 mil pessoas simpatizantes da luta da
categoria. Esta manifestação foi pacífica por duas horas, até a chegada de um grupo
de encapuzados que começou com a depredação no centro da cidade.
É uma pena notarmos a participação de vândalos nestas
manifestações que já vem acontecendo no Brasil desde junho. A ocorrência destes
atos de vandalismo acaba fazendo com que a opinião pública acabe tendo
interpretação errada dos motivos das manifestações.
O que é de se estranhar é que na noite de 27 de setembro,
havia mais de 200 policiais nas redondezas da câmara de vereadores. Já no dia
07 de outubro, pelos relatos dos meios de comunicação, havia apenas 30 ao
entorno da câmara, em um dia que estava acontecendo uma manifestação programada.
Será que o comando da polícia (Governo do Estado) cometeu um
ato de vandalismo ao subestimar a manifestação e não mandar um contingente
suficiente para a segurança da câmara. Ou preferiu se omitir propositalmente visando
os atos de barbárie para posar de vítima da situação?
Em frente à câmara, os professores mantém em vigília um velório simbólica dos políticos que compõe a CPI dos Ônibus. Uma reprovação aos membros da CPI que é formada por vereadores que apoiam o prefeito Eduardo Paes. Além do nome do prefeito, também o nome do governador Sérgio Cabral, e dos vereadores, em uma lápide improvisada.
Em frente à câmara, os professores mantém em vigília um velório simbólica dos políticos que compõe a CPI dos Ônibus. Uma reprovação aos membros da CPI que é formada por vereadores que apoiam o prefeito Eduardo Paes. Além do nome do prefeito, também o nome do governador Sérgio Cabral, e dos vereadores, em uma lápide improvisada.
Felizmente estamos vivendo um momento histórico no Brasil em
que a população resolveu lutar pelos seus direitos, mas os governantes se
esqueceram de seus deveres como estado, que é dar, entre outras coisas,
educação e segurança à população.












Comentários
Temos que aprender a escolher melhor nossos representantes no governo.
Grande abraço, Unknown