FOLIA DE REIS
| Fotos José Ricardo Pinto |
Em muitos países da Europa a tradicional troca de presentes, que aqui no Brasil é feita na noite de natal, acontece no dia 6 de janeiro, dia de Reis, simbolizando a chegada dos Três Reis Magos Belchior, Gaspar e Baltazar, após seguirem a estrela até Belém, até a manjedoura onde havia nascido o Menino Jesus.
Chegaram com presentes como homenagem de todos os homens da Terra ao Rei dos reis. Os presentes, ouro, incenso e mirra, representavam a realeza, a divindade e a imortalidade do novo Rei.
Segundo a tradição os magos representavam as três partes do mundo e as três raças que povoavam naquele tempo, sendo cada um deles descendente de Noé. Belchior representava a raça branca (européia) e descendia de Jafé; Gaspar a raça amarela (asiática) e seria descendente de Sem; e Baltazar representante da raça negra (africana) que descenderia de Cam. Os magos eram astrólogos, sábios e filósofos, sem nada ter haver com feitiçaria.
A adoração dos Reis Magos ao Menino Jesus, simboliza o reconhecimento de todas as raças e poderes, a divina realeza de Cristo.
De onde vieram os Magos
Alguns estudiosos os ligam ao Zoroastrismo, religião fundada por Zoroastro, com base na doutrina do Fogo Sagrado, que ensina que toda a origem veio da luz e que da Luz originou o Fogo e a Água, formando uma trindade. O lado água se maculou e todas as coisas existentes, que devem ser purificadas e transformadas pelo fogo para um dia vir a recompor a trindade.
Zoroastro, às vezes chamado de Zarathustra, que foi um mensageiro ou manifestante de Deus, nasceu na Pérsia, hoje Irã, há mais ou menos mil anos antes de Cristo. Desde criança Zarathustra mostrava uma sabedoria extraordinária, manifestada nas coisas em que falava e em sua maneira de ser.
A suposta ligação de Zarathustra com os magos é confirmada por um manuscrito Laurentiano, do século XIII, conservado em Florença, na Itália, em que Zarathustra previa que uma virgem daria a luz a um menino que seria sacrificado pelos judeus. Na época de seu nascimento apareceria uma estrela que guiaria àqueles que crêem até o local do nascimento da criança.
Escritos apócrifos, não reconhecidos oficialmente pela igreja, detalha a cena em que os magos recebem um presente de Maria, como agradecimento a visita: “... então Maria pegou uma das faixas nas quais a criança estava envolvida e deu-as aos magos que a receberam como uma dádiva de valor inestimável. E nesta hora apareceu-lhes um anjo sob a forma de uma estrela que já lhes havia servido de guia e eles partiram, seguindo a luz, até que estivessem de volta à sua pátria... Lá, os reis e príncipes apressaram-se em reunir em torno dos magos, perguntando-lhes o que haviam feito, como haviam ido e como haviam voltado e que companheiros eles haviam tido durante a viagem. Os magos mostraram a faixa que Maria lhes havia dado, em seguida eles celebraram uma festa, ascenderam o fogo segundo seus costumes e adoraram a faixa, e a jogaram nas chamas. Ao apagar-se o fogo, eles retiraram o pano e viram que as chamas não haviam deixado sobre ela nenhum vestígio”.
História adaptada a tradição da Folia de reis
Esta história apócrifa adaptada a tradição da Folia de Reis, diz que a primeira bandeira de reis, foi feita com um manto presenteado por Maria aos magos, como agradecimento a visita e aos presentes a Jesus. Quando os magos retornavam a seus reinos, abriram o manto e notaram que havia surgido o desenho que representava a visita dos reis magos com a família sagrada na manjedoura. Fizeram dele um estandarte e saíram pelo mundo contando do nascimento de Jesus, naquela que seria a primeira Companhia de Reis.




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