Normose: a Patologia da normalidade...
A Normose é um novo
conceito que define a patologia da "normalidade" como único padrão de
referência para a existência dita normal e comum do ser humano e que se
caracteriza pela dissociação do ser da sua realidade interior e espiritual,
dado como "escravo" do consumo e das ideias na moda.
O Normótico é o banal ser comum que vive só para as aparências e o dinheiro, grosso modo, e está completamente alienado de Si mesmo vivendo sem qualquer consciência do seu ser profundo e da sua realidade interior! “Rosa Leonor”
O Normótico é o banal ser comum que vive só para as aparências e o dinheiro, grosso modo, e está completamente alienado de Si mesmo vivendo sem qualquer consciência do seu ser profundo e da sua realidade interior! “Rosa Leonor”
Termo usado por Jean-Yves Leloup,
pioneiro da psicologia transpessoal na Europa, que remete à perigosa realidade
em que o hábito prejudicial torna-se a norma de consenso. Essa palavra
representa um conceito fundamental para a psicologia, a sociologia, a antropologia
cultural e a educação, entre outras áreas.
Efetivamente a normose é uma das
origens das frustrações, sofrimento e morte na sociedade. Quando todos estão de
acordo em relação a uma opinião, atitude ou ação tornado-se um hábito.
A maioria dos hábitos é adotada
de forma consciente, pela imitação dos pais e educadores. Hábitos que nos dão
equilíbrio físico, emocional e mental, e também a harmonia e a sobrevivência da
sociedade.
A psicologia sempre quis separar
as várias formas de comportamento em normal e patológico. Normais seriam todos
aqueles enquadrados dentro da norma. E o patológico aqueles que se comportariam
de forma oposta, que eram marginalizados e considerados a margem da sociedade. Esta
classificação foi usada com bastante sucesso na tentativa de se conseguir uma
ordem social e até mesmo para controlar as formas de expressão e de
comportamento das pessoas.
Existiam valores a serem seguidos
e vivenciados em todas as relações humanas. Hoje determinados hábitos passaram
a serem padrões de vida. Ter o jeitinho para se conseguir as coisas, a
desonestidade na política (felizmente boa parte dos políticos é honesta), acaba
tornando-se “normal”.
Para muitos o bem sucedido é um
exemplo a ser seguido e muitas vezes na ânsia de ser aquilo que não se precisa ser
como diz o psicoterapêutico Michel
Schimidt.
Muitos projetam
situações que estão longe de suas realidades, mas que são almejadas como possível
o que vem a desencadear a depressão, a solidão, a decepção e o fracasso.
Os fenômenos são
exceções e para não haver decepções deve-se ser realista quanto às
possibilidades, pois a patologia neste caso pode levar a pessoa a conquistar
seus objetivos a qualquer custo, por meios legais ou não.
Em um mundo onde as
referências são várias e sem sentido, a obsessão por consumo e a manutenção de
status são os valores interiorizados, impedindo o crescimento da sociedade como
um todo.
A revolução
cultural que mudou comportamentos de opressão que a mulher sofria também
produziu a normose ao incentivar situações fúteis e passageiras. A busca pela
liberdade e sensualidade leva a troca da intimidade e espontaneidade, por
indiferença e promiscuidade.
A frase
característica de Maquiavel “os fins justificam os meios” caracteriza bem a
normose, pois ela ignora a sensibilidade e o respeito ao outro. É a normose
quem faz a pessoa pensar menos em ser e mais em TER.
Todo mundo quer se
encaixar num padrão. Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de
alcançar. O sujeito "normal” é magro, alegre, belo, sociável, e
bem-sucedido. Bebe socialmente, está de bem com a vida, não pode parecer de
forma alguma que está passando por algum problema. Quem não se
"normaliza", quem não se encaixa nesses padrões, acaba adoecendo. A
angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias, depressões,
síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento.
A pergunta a ser feita é: quem espera o quê de nós? Quem são esses ditadores de comportamento que "exercem" tanto poder sobre nossas vidas?
Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou assado.
A pergunta a ser feita é: quem espera o quê de nós? Quem são esses ditadores de comportamento que "exercem" tanto poder sobre nossas vidas?
Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou assado.
Quem nos exige é uma coletividade
abstrata que ganha "presença" através de modelos de comportamento
amplamente divulgados.
A normose não é brincadeira. Ela estimula a inveja, a auto-depreciação e a ânsia de querer ser o que não se precisa ser. Você precisa de quantos pares de sapato? Comparecer em quantas festas por mês? Pesar quantos quilos até o verão chegar?
Então, como aliviar os sintomas desta doença? Um pouco de auto-estima basta.
Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim, aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo. Criaram o seu "normal" e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram adiante. O normal de cada um tem que ser original.
Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros. É fraude. E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.
Eu simpatizo cada vez mais com aqueles que lutam para remover obstáculos mentais e emocionais e tentam viver de forma mais íntegra, simples e sincera. Para mim são os verdadeiros normais, porque não conseguem colocar máscaras ou simular situações. Se parecem sofrer, é porque estão sofrendo. E se estão sorrindo, é porque a alma lhes é iluminada.
Por isso divulgue o alerta: a normose está doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes.
Michel Schimidt - Psicoterapeuta
A normose não é brincadeira. Ela estimula a inveja, a auto-depreciação e a ânsia de querer ser o que não se precisa ser. Você precisa de quantos pares de sapato? Comparecer em quantas festas por mês? Pesar quantos quilos até o verão chegar?
Então, como aliviar os sintomas desta doença? Um pouco de auto-estima basta.
Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim, aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo. Criaram o seu "normal" e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram adiante. O normal de cada um tem que ser original.
Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros. É fraude. E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.
Eu simpatizo cada vez mais com aqueles que lutam para remover obstáculos mentais e emocionais e tentam viver de forma mais íntegra, simples e sincera. Para mim são os verdadeiros normais, porque não conseguem colocar máscaras ou simular situações. Se parecem sofrer, é porque estão sofrendo. E se estão sorrindo, é porque a alma lhes é iluminada.
Por isso divulgue o alerta: a normose está doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes.
Michel Schimidt - Psicoterapeuta
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