Para o bem não há fronteira
Querer escrever sobre uma religião tão complexa e polêmica é uma responsabilidade muito grande, ainda mais para um leigo. Mas depois de ler ao livro “Tambores de Angola”, editora Casa dos Espíritos, psicografado por Robson Ribeiro, pelo espírito de Ângelo Inácio, me senti com uma fonte de pesquisa segura para escrever sobre esta religião:
UMBANDA
Para muitos bruxaria que apenas prega o mal às pessoas com seus rituais. Com isto deixam de conhecer, mesmo como informação, uma cultura espiritual, além de religião que merece sempre ser vista com bons olhos.
O principal objetivo da umbanda é com a caridade e a fraternidade. E ela significa união, caridade, crescimento e integração com a lei da vida. É a expressão da lei maior beneficiando os aflitos, os cansados e os oprimidos dos dois lados da vida, acreditando que o espírito tanto encarnado quanto desencarnado precisa de luz e proteção.
Os pretos velhos
Os negros que vieram como escravos da África para o Brasil, tinham em seus costumes e religiões, evocar as forças da natureza, os orixás (espécie de deuses) à quem cultuavam.
Vieram para o Brasil escravizados, sem pátria, sem família, sem liberdade, tratados como animais de trabalho, sem dignidade.
Em séculos de sofrimento, mas de luta, aprenderam a se vingar de seus senhores e detratores compactuando com entidades de pouca luz e com a magia negra, usando suas energias magnéticas de forma errada.
Nos séculos de escravidão em que o Brasil viveu, a psicosfera em torno do ambiente espiritual do Brasil foi tão afetada negativamente e que os sofrimentos dos escravos faziam com que entidades do sofrimento encarnassem e desencarnassem sempre com a vingança como meta, com exceção dos espíritos que entendiam a vida espiritual.
Nos planos espirituais entidades de alta luz, e hierarquia, reuniram-se para acabar com a energia negativa e a magia negra que emanava da nação. O objetivo era acabar com os cultos degradantes e que passassem a irradiar o amor e a caridade.
Com aspectos de pretos velhos e caboclos (os índios também sofreram com a chegada do colonizador), entidades iluminadas foram se apresentando para levar a mensagem da caridade através da umbanda, com o objetivo inicial de mudar a energia negativa do coração do coração do brasileiro.
Muitas pessoas preferem julgar antes para conhecer depois. E por muitas vezes se manifestar para àqueles de alma mais simples, de uma fé menos exigente, que a umbanda se torna vítima dos pretensos sábios e donos da verdade.
A umbanda seria a ligação do alto com os redutos da magia negra para impor as leis de amor e caridade através das palavras do preto-velho ou das advertências do caboclo e mudar os sentimentos das pessoas.
Espíritos de pretos velhos e índios manifestaram-se ensinando suas rezas, mandingas e beberagem, auxiliando a curar doenças com amor e humildade.
A umbanda tem seus símbolos e signos
“A Aruanda é longe, e ninguém vai lá
É só os pretos velhos que vai lá e torna a voltar”
Aruanda é o plano espiritual em que se reúnem os espíritos responsáveis pelos trabalhos da umbanda. É um plano de beleza e colônia espiritual onde são levados os espíritos que precisam voltar para o caminho do bem, com a benção e orientações dos preto-velhos e caboclos.
O altar utilizado para a reza, tem seus objetos de culto e todo seu simbolismo como pontos riscados e cantados. Compõe uma bateria magnética que concentra as energias necessárias as tarefas do centro. Todos concentram no altar os seus pensamentos, suas orações, suas criações mentais mais sutis.
Os cânticos identificam cada entidade que se manifesta, e atua como condensadores de energia, um tipo de mantra. É a força mágica da umbanda.
Os banhos de descarrego com ervas possuem um magnetismo próprio. Possuem energia e vitalidade. Em efusão, potencializa sua energia curativa e reconstituidora. No banho de ervas, acontece um choque energético devido o magnetismo das ervas ou uma reconstituição das camadas mais externas da aura. Isto é ciência.
A defumação, quando se queima as ervas, suas propriedades terapêuticas, em combustão, transforma a matéria em energia.
Toda tenda de umbanda tem espíritos responsáveis pelos trabalhos, que preparam as reuniões para auxiliar os que necessitam de ajuda, a entidade mentora.
À entrada dos terreiros ficam os guardiões. Espíritos responsáveis pela ordem no ambiente: os Exus.
Diferente do que a crença popular imagina, os Exus são guardiões, as sentinelas do plano astral. Bondoso, disciplinadores e confiáveis. Por conhecerem as regiões do submundo astral são temidos pela sua rigidez e disciplina, mas são trabalhadores do bem.
Dentro do salão, ou tenda, à porta de entrada ficam duas entidades, um preto-velho e um caboclo, magnetizando as pessoas que por ali passam. Uma limpeza energética, com cada um dando sua contribuição.
No mundo há coisas que ignoramos profundamente. Mas não é por ignorarmos que devemos julgar as religiões e as pessoas. Não são as religiões que provocam o mal. Mas, sim, as pessoas com suas atitudes intolerantes e de exclusão que provocam o pré-conceito religioso.
“No trabalho do bem, ninguém detém a verdade absoluta e para tudo existe uma explicação”.
"Tambores de Angola”
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