Liberdade de Expressão
"Todo homem tem direito à liberdade de opinião e
expressão: este direito inclui a liberdade de sem interferências, ter opiniões
e de procurar, receber e transmitir informações e ideiasr por quaisquer meios,
independentes de fronteiras"
Artigo 19 da Declaração
Universal dos Direitos Humanos - ONU - 1949
Liberdade de Expressão
Quando uma pessoa usa do seu direito para expressar sua
opinião, muitas vezes acaba esbarrando em interesses de outras pessoas. E foi o
que aconteceu em três de nossas edições, quando pessoas se sentiram ofendidas
por nossas opiniões, ou por escolhas de nossas pautas.
Na edição de março de 2011, com apenas oito páginas, teve
duas matérias contestadas. Uma no artigo sobre a "Vulgaridade", fomos
acusados juridicamente por injuria, mas depois a pessoa não prosseguiu com a
acusação, além de ser ameaçado de agressão "barbara", pelo artigo. E
pelo artigo “A Tragédia do Bumba, de Nova Friburgo, de Teresópolis e de
Petrópolis, em Itaipava pode acontecer em qualquer lugar, inclusive aqui”.
Na edição de dezembro de 2011, fomos acusados de propaganda
eleitoral irregular, no Ministério Público, o que não foi notado pelo MP, que
mandou arquivar a acusação.
E na edição de agosto de 2012, o candidato derrotado a
prefeito se sentiu ofendido, humilhado e difamado pela justificativa ao nosso
apoio a candidatura de Dr. Salomão.
Neste último caso, foi pedido o direito de resposta, o
recolhimento de toda edição (os exemplares distribuídos e os que não haviam
sido), além de multa. Pedidos estes que foram indeferidos, não aceitos, pela
Justiça Eleitoral.
O nosso comentário foi o seguinte: "...Só para dar dois
exemplos neste assunto, notei o seguinte: no projeto de construção da nova
câmara de vereadores, a acessibilidade de pessoas especiais foi ignorada.
Mostrando pouco interesse a estas pessoas que nos últimos anos são foco de
políticas de inclusão sociais em todo o Brasil."
Assumo meu erro que não foi no projeto que a acessibilidade
foi ignorada, mas na execução do projeto. Tanto é verdade que a nova sede só
pôde ser inaugurada depois de ser construido uma rampa de acesso ao segundo
piso por exigência do MINISTÉRIO PÚBLICO, caso contrário a nova sede não
poderia ser inaugurada.
Em um trecho da solicitação o candidato derrotado faz a
seguinte citação: “... O periódico requerido inclina abusivamente sua opinião
procurando ludibriar seus leitores, através de mentiras...".
Nós sempre assumimos a nossa opinião, justamente em respeito
a vocês leitores, diferente de políticos que não respeitam seus eleitores,
quando os veem apenas como um voto.
No início da campanha eleitoral procuramos, junto ao
ministério público, saber como que teríamos que trabalhar sem ferir a
legislação durante o período eleitoral, mostrando querer agir com
responsabilidade neste período democrático.
Em uma democracia há duas coisas simbólicas: a liberdade de
expressão e o voto direto e secreto.
E o voto é secreto para se evitar perseguições àqueles que
não votassem no vencedor. E nesta eleição vimos candidatos fazendo pesquisas de
interesse de voto em que o entrevistado tinha que fornecer um número de
telefone.
Vimos, também, personagens fakes em redes sociais fazendo pesquisas
de opinião pública perguntando em quem seu "amigo" (sic) votaria, sem
este saber a quem estava respondendo, não é mesmo "Cordeiro Carlos"?
Com amigos deste tipo para quê inimigo?
Fake, palavra do idioma inglês que em português pode
significar: fraude, truque, falsificação, imitação fraudulenta, falsificador,
tapeador, falsificar, imitar falsificando, disfarçar, tapear, camuflar, fingir,
enganar, inventar, falso, falsificados, fingido entre outras coisas.
Chegaram ao ponto de usarem de xenofobia, pelo fato de o Dr.
Salomão não ser natural de Cordeiro, e de panfletos apócrifos, na tentativa de
denegrir sua imagem.
Uma das melhores características de um vencedor é saber
perder e respeitar a opinião contrária a seus interesses é atitude de um sábio.
CENSURA
Em um passado recente, o Brasil viveu períodos de ditaduras,
civil e militar, com o objetivo de impor desejos contrários a um estado
democrático. O fato de novas gerações não terem vivenciado estas situações
totalitárias favorece o querer agir de tal forma.
A censura e a perseguição a quem assume a postura de
expressar opiniões contrárias aos que se julgam acima da lei e da ordem vem
desde a antiguidade.
No início da colonização do Brasil era proibida qualquer
manifestação intelectual das pessoas. Não existia tipografias, e livros e
jornais eram proibidos.
Em 1808, com a chegada da família real ao Brasil, foi criado
a Imprensa Régia para as publicações dos atos oficiais da coroa.
O primeiro jornal brasileiro foi o Correio Brasiliense,
editado por Hipólito José da Costa, em Londres, e que entrava clandestinamente
no Brasil por fazer oposição ao regime monárquico.
Na história do Brasil o período mais longo de liberdade de
expressão, foi durante o império de D. Pedro ll, de 1830 a 1889. Neste período
jornais abolicionistas, liberais e republicanos circulavam livremente. Pedro ll
foi um amante da intelectualidade e das inovações.
Com a proclamação da república a imprensa passou a ser
controlada através do chamado "Decreto Rolha", determinando que os
"abusos da manifestação do pensamento" fossem julgados por uma junta
militar.
Depois da Revolução de 1930, em que Getúlio Vargas tomou o
poder, surgiu no Brasil departamentos controladores das opiniões opostas ao
ditador e para fazer propaganda do Estado Novo com sentido nacionalista.
Em 1939, o livro "Capitães da Areia", de Jorge
Amado, foi proibido e teve a sua primeira edição apreendida e queimada em praça
pública. A Comissão de Busca e Apreensão de Livros julgou que "as ideias
do livro eram simpatizantes do credo comunista". Este é o livro mais
publicado de Jorge Amado no mundo, com mais de 100 edições em 55 países e com 5
milhões de exemplares vendidos. O que faz uma pessoa tentar banir uma
publicação literária ou jornalística? O medo dos fatos ou uma maneira de tentar
manipulá-los?
Na Europa, na década de 1920, regimes totalitários começaram
a manipular fatos históricos, reeditando livros e montando fotografias em que
seus desafetos eram retirados da história, por não serem mais bem quistos pelo
poder. Com o fim da União Soviética, em 1991, toda a história teve que ser
recontada as populações dos estados que compunham a URSS.
Durante a ditadura militar no Brasil, de 1964 a 1985, quase
toda imprensa sofreu com a violação à liberdade de expressão. O Ato
Institucional nº 5, em 13 de dezembro de 1968, colocou o país em estado de
exceção.
Jornais como o Estado de São Paulo e o Jornal do Brasil,
principalmente, sofreram perseguições por suas publicações que resistiam à
ordem imposta pela ditadura. Nas redações foram colocadas censores com o poder
de vetar matérias contrárias ao regime.
Jornalistas foram perseguidos, presos, torturados e mortos
enquanto o governo militar fazia propaganda do regime com construções de
grandes obras. A imprensa que acatava a ordem militar ajudava na alienação das
pessoas que não notavam o que acontecia de fato no Brasil.
Em 1975, o jornalista Vladimir Herzog, da TV Cultura de São
Paulo, foi morto por asfixia, nas dependências do DOI-CODI. A acusação: ligação
com o Partido Comunista.
Foi o ato de um jovem juiz à época, Márcio José de Moraes,
responsabilizando o Estado pela morte de Herzog que a luz da democracia começou
a surgir.
Em 1988, com a promulgação da constituição, foi extinto a
Divisão de Censura e Diversões Públicas, órgão que fiscalizava a produção
artística no Brasil.
Segundo a Sociedade Interamericana de Imprensa, entre
novembro de 2011 e abril de 2012, foram registrados mais de 30 casos de
agressão ao trabalho jornalístico no Brasil. São registros de agressões,
detenções, assassinatos, ameaças contra empresas e jornalistas e censuras
judiciais.
Infelizmente há censuras judiciais que impedem jornais,
blogs e emissoras de TV e rádio de veicular reportagem como investigações sobre
autoridades políticas envolvidas em corrupção.
O exemplo do juiz Márcio José de Moraes no caso Herzog, deve
servir aos jovens magistrados que queiram ver a ordem nos fatos para tornar o
Brasil um país justo, sem se curvarem aos desejos de uma minoria que ainda
acredita ser o poder financeiro e político que julgam serem seus interesses que
ditam os rumos da justiça de direito.
"Maneiras
a gente aprende. Caráter gente nasce com ele".
Glória Peres

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