EDITORIAL 2 “Se tenta” exposição de Cordeiro
A 70ª
Exposição Agropecuária, Comercial e Industrial de Cordeiro mostrou o quanto há
de equívocos neste fim de administração do governo de Silvio Daflon. Muitas
vezes tapar o sol com a peneira é pior do que assumir os fatos como realmente
são. Há anos a exposição de Cordeiro vem perdendo a sua importância técnica,
deixando de ser a principal do estado.
Mas em seu
discurso de inauguração da exposição, o prefeito usou da fantasia para promover
a exposição ao afirmar que esta é a maior e melhor exposição do Estado do Rio
de Janeiro, podendo se tornar a melhor e maior do Brasil.
Também
mostrou descontrole emocional e arrogância, ao criticar alguém da Secretaria
Estadual de Agricultura, afirmando que este não gosta de Cordeiro e que até já
teria fechado o Posto Zootécnico se dependesse dele.
É uma pena
notarmos a decadência desta exposição, que neste ano teve a sua data alterada
por falta de planejamento adequado para a organização, além de diminuírem os
dias de festa para cinco em vez dos nove tradicionais.
E pensar
que já teve o seu momento áureo no passado, com as presenças de dois
presidentes do Brasil: Epitácio Pessoa em 1921, e Getúlio Vargas em 1941.
Para
Cordeiro voltar a ter orgulho em ser chamada de “Cidade Exposição”, a mesma
terá que ser organizada de forma profissional, valorizando a marca desta que já
foi, sim, a melhor e maior exposição do estado. A forma como vem sendo
organizada, tendo o seu valor avaliado pela qualidade dos shows apresentados,
mostra amadorismo técnico ou oportunismo nas contratações dos shows.
Para uma
exposição que já teve várias raças de bovinos e eqüinos expostos e neste ano
ter tido apenas três raças, duas de bovinos (gir leiteiro e girolando) e uma de
equino (campolina), é uma prova de decadência.
E isto não
é culpa do Governo do Estado, ou da Secretaria Estadual de Agricultura, nem
mesmo do atual Secretário Municipal de Agricultura, Rogério Rosa, que assumiu a
secretaria há pouco tempo, mas sim da mentalidade oportunista que sempre espera
atitudes paternalistas do governo estadual que injeta verba pública na
exposição e nem sempre se faz a prestação de contas da forma que deve ser
feito: com transparência.
A próxima
administração municipal tem que ter mentalidade profissional para a organização
da exposição, começando a projetar tão logo assuma, com projeto visando à
participação de empresas privadas no patrocínio, gerando benefícios para
entidades municipais, como o hospital, e não para pessoas físicas.
Quem
acompanhou a inauguração da exposição deste ano e aplaudiu o discurso do
prefeito, deve ter feito por educação, ou por estarem em situação semelhante
aos dos habitantes do reino do conto de autoria do dinamarquês Hans Christian
Andersen “O
Rei Nu”.
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